Escopos do Projeto de VEDAÇÕES VERTICAIS para atendimento à ABNT NBR-15575

Escopos do Projeto de VEDAÇÕES VERTICAIS para atendimento à ABNT NBR-15575

1ª edição

São Paulo

Janeiro de 2019

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DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

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O acesso a versão atualizada deste documento deverá ser realizado por meio do site www.manuaisdeescopo.com.br, após cadastro individual e pessoal.

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APRESENTAÇÃO

Com objetivo de esclarecer o atendimento à norma de desempenho ABNT NBR 15575:2013, foram detalhados os escopos aplicáveis aos diversos projetos de um empreendimento imobiliário, sob coordenação técnica da consultora Maria Angelica Covelo Silva, engenheira civil e doutora em engenharia e diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento.

O conteúdo elaborado em conjunto, por consenso, entre representantes do Secovi-SP, SindusCon-SP e respectivas entidades de projeto, proporcionam um entendimento adequado e abrangente sobre o escopo dos projetos de cada especialidade no atendimento à norma de desempenho (ABNT NBR 15575:2013).

O resultado foi o conteúdo Escopos para Atendimento à Norma de Desempenho, inserido como capítulo na atualização dos Manuais de Escopo aplicáveis,  e disponibilizado como documentos avulsos para as disciplinas que ainda não possuem Manual de Escopo, além do documento Guia para utilização dos Escopos de projeto de edificações habitacionais para atendimento à ABNT NBR 15575: 2013 e de Modelos de Memoriais Descritivos, os quais indicam premissas e considerações do projeto de um empreendimento, incluindo informações relativas ao atendimento dos requisitos previstos na referida norma.

Os Manuais de Escopo e seus documentos complementares representam uma importante base de informações dirigida a contratantes e projetistas que buscam por qualidade no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários. O trabalho iniciado em 1998, teve sua primeira edição em 2000 e há mais de 5 anos, a partir do monitoramento do site www.manuaisdeescopo.com.br, contabilizamos, entre consultas e emissões de proposta, mais de 420.000 acessos, número que reforça seu valor para o setor.

Boa leitura!

Coordenação Geral dos Manuais de Escopo

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FASE única

PROJETOS CONFORME NBR 15575

Descrever os itens de escopo de projeto de vedações verticais para atendimento aos requisitos da ABNT NBR 15575:2013

Para apoiar no entendimento deste capítulo, recomendamos a consulta do documento GUIA PARA UTILIZAÇÃO DOS ESCOPOS DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS PARA ATENDIMENTO À ABNT NBR 15575:2013, disponível no site:

www.manuaisdeescopo.com.br

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1. INTRODUÇÃO

Este documento deve ser utilizado em conjunto com o “Manual de escopo de projetos e serviços de vedações e Manual de escopo de projetos e serviços de revestimentos”.

Observação: os escopos atualmente praticados no mercado para os projetos de vedações não englobam os revestimentos e aspectos de especificação que para o atendimento da norma de desempenho são necessários. Cabe ao projetista apresentar ao contratante os novos itens de escopo necessários ajustando sua relação comercial, de modo que dê cobertura a estes novos itens de escopo, como, por exemplo, a especificação de revestimentos, o cálculo de transmitância térmica e capacidade térmica. Também deverá ser acordado o escopo do projeto de vedações sem sobreposição ao que é responsabilidade do projeto de Arquitetura.

Neste escopo não são abordados componentes ou elementos que na ABNT NBR 15575 fazem parte do sistema de vedações, mas que são tratados no mercado por outras disciplinas de projeto como esquadrias, vidros, guarda-corpos.

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2. IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS PREVISÍVEIS NO EMPREENDIMENTO EM RELAÇÃO AO PROJETO DE VEDAÇÕES VERTICAIS

ABNT NBR 15575 Parte 1

5.4 Construtor e incorporador

5.4.1 Salvo convenção escrita, é da incumbência do incorporador, de seus prepostos e/ou dos projetistas envolvidos, dentro de suas respectivas competências, e não da empresa construtora, a identificação dos riscos previsíveis na época do projeto, devendo o incorporador, neste caso, providenciar os estudos técnicos requeridos e prover aos diferentes projetistas as informações necessárias. Como riscos previsíveis, exemplifica-se: presença de aterro sanitário na área de implantação do empreendimento, contaminação do lençol freático, presença de agentes agressivos no solo e outros riscos ambientais.

 

Riscos previsíveis[1] relativos ao empreendimento que possam afetar o projeto de vedações verticais

Pode-se citar como riscos previsíveis que podem afetar o projeto de vedações verticais:

  • Ocorrência de enchentes e alagamentos no local do empreendimento;
  • Características do projeto de arquitetura (características de geometria, altura e/ou posição da edificação no terreno) e condições de exposição aos ventos pelas condições do entorno que repercutam na necessidade de melhor caracterização dos efeitos dos esforços de vento sobre as fachadas;
  • Outros tipos de riscos a identificar em cada projeto.

Escopo do projeto do sistema de vedações verticais para atendimento a estes requisitos

  • Identificar os riscos previsíveis relativos ao empreendimento que possam afetar o projeto de vedações;
  • Identificar os estudos técnicos necessários[2] para embasar o projeto de vedações e indicar tais estudos por escrito ao incorporador/proprietário do empreendimento e à construtora se esta já estiver definida;
  • Se necessário ou possível, assessorar o contratante na identificação de profissionais ou empresas capacitados para a realização dos estudos técnicos necessários;
  • Sempre que possível, acompanhar a realização destes estudos visando assegurar que sejam adequados para o projeto;
  • Analisar os resultados dos estudos e registrar sua análise em memorial descritivo de projeto com as considerações necessárias para as soluções de projeto a serem adotadas.
  • Descrever em memorial descritivo as justificativas para as soluções de projeto para mitigar os riscos mencionados identificados.
  • Indicar e orientar eventuais medidas que sejam necessárias em outras especialidades de projeto com impacto sobre o projeto de vedações.
  • Descrever e orientar as condutas necessárias para que a gestão da obra assegure de fato o controle sobre os fatores de risco.
  • Relacionar no memorial descritivo ou em outro documento de projeto todas as normas técnicas atendidas, com seu número ABNT ou, se norma especifica da ABNT não existir, sobre determinada parte do que é escopo do projeto de vedações o número de norma técnica estrangeira adotada (como faculta a norma de desempenho nestes casos), o título e data de entrada em vigor de cada norma referida.
  • Identificar com precisão as datas de realização dos estudos indicados.

[1] NOTA: a norma de desempenho não define o que sejam riscos previsíveis. O entendimento técnico é de que estes riscos sejam aqueles que se tornam previsíveis por existirem fontes de dados e/ou informações ou conhecimento que permitam ao profissional especializado saber que há uma probabilidade de ocorrência daquela situação.

[2] NOTA : Caso um estudo técnico indicado pelo projetista como necessário não venha a ser contratado pelo incorporador/construtor o projetista deverá avaliar convenientemente os riscos da inexistência destes estudos podendo, diante desta negativa, não desenvolver o projeto ou desenvolvê-lo registrando a falta de precisão como consequência da não realização dos estudos no memorial.

 

 

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3. IDENTIFICAÇÃO E REGISTRO NOS DOCUMENTOS DE PROJETO DAS CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO REQUERIDAS PELA ABNT NBR 15575 QUE AFETAM AO PROJETO DE VEDAÇÕES

  • Zona bioclimática segundo a ABNT NBR 15220 Parte 3;
  • Região de vento segundo a ABNT NBR 6123 (que afeta as medidas de estanqueidade da fachada);
  • Condições de exposição específicas que devam ser registradas e consideradas para as especificações sob sua responsabilidade quanto à durabilidade tais como:
  • presença de poluentes específicos no ar ou proximidade a vias de tráfego intenso que represente poluição do ar a ser considerada, proximidade do mar com exposição à salinidade (para os revestimentos);
  • umidade relativa do ar muito baixa ou muito alta que requeira cuidados especiais na escolha de materiais,
  • tipos de solos que possam ser agressivos aos acabamentos,
  • intensidade de chuvas, ocorrência de chuvas de granizo, geadas e neve, entre outras.
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4. ESCOPO DE ATENDIMENTO AOS REQUISITOS E CRITÉRIOS DA ABNT NBR 15575 QUE INCIDEM SOBRE O PROJETO DE VEDAÇÕES VERTICAIS

4.1 Requisitos de desempenho térmico

Os requisitos de desempenho térmico descritos a seguir devem ser atendidos na fase de implantação/concepção/desenvolvimento do produto, uma vez que seu atendimento implica a adoção de soluções de posicionamento do edifício no terreno, dimensões das aberturas, composição da fachada e da cobertura que diante da constatação de não atendimento em fases posteriores do projeto será mais complexa a alteração necessária.

Estas medidas que visam atender a condições de desempenho térmico são atribuições do projeto de Arquitetura, mas quando há projeto de vedações contratado deve ser de sua responsabilidade a avaliação do que diz respeito às fachadas no desempenho térmico definido na ABNT NBR 15575.

Assim, cabe ao projeto de vedações:

  • Constatar ainda na fase de estudo preliminar se será possível atender aos requisitos de desempenho térmico pelo critério simplificado ou se será necessária a realização de simulação térmica conforme prevê a ABNT NBR 15575 Parte 1[1].
  • Para o caso de uso do critério simplificado a transmitância térmica e a capacidade térmica de fachadas devem ser calculadas e a memória apresentada no projeto de Vedações com a confrontação dos valores calculados com os valores exigidos pela ABNT NBR 15575. Para o cálculo o projetista deve seguir a ABNT NBR 15220 Parte 2 e considerar a absortância à radiação solar da cor do revestimento externo a ser utilizado a ser fornecida pelo fabricante. O cálculo pode ser feito pelo sistema do website http://projeteee.mma.gov.br/ do projeto Projeteee – Projetando Edificações Energeticamente Eficientes, do Ministério do Meio Ambiente, o qual foi construído a partir da ABNT NBR 15220.
  • Casos em que deve ser realizada a simulação térmica: quando as vedações verticais externas (fachadas) não atendem aos critérios de transmitância térmica e capacidade térmica e não há possibilidade de alterar o sistema construtivo que as compõem para este atendimento. Embora a norma de desempenho não deixe clara esta situação, quando nas vedações verticais externas há predominância de fechamentos transparentes (envidraçamento) é recomendável que seja feita a simulação computacional.
  • Tanto o cálculo da transmitância e capacidade térmica quanto a simulação computacional devem ser realizados antes da entrada do projeto em Prefeitura. As avaliações podem revelar a necessidade de alterações para atender aos requisitos de desempenho que não sejam viáveis em estágios mais avançados do desenvolvimento do projeto.
  • Cabe ao projetista do sistema de vedações verticais e ao projetista de Arquitetura acompanhar a elaboração da simulação computacional ainda que esta seja contratada pelo incorporador ou construtor, de modo a analisar em detalhes as implicações das soluções de projeto para o desempenho térmico.
  • No caso da análise do desempenho térmico ser realizada por meio de simulação computacional, o projetista de arquitetura e o especialista que fará a análise, devem definir com o incorporador o nível de desempenho a ser adotado – mínimo, intermediário ou superior. Para atingir níveis intermediário e superior podem ser necessárias medidas específicas no projeto de arquitetura e no projeto do sistema de vedações verticais.

4.2 Requisitos de segurança contra incêndio

A ABNT NBR 15575 estabelece a necessidade de atendimento a toda a legislação vigente sobre segurança contra incêndio e às demais normas ABNT específicas.

Cabe ao projetista do sistema de vedações verticais identificar os requisitos e critérios das leis e normas específicas que afetam o seu escopo de projeto, registrando nos documentos o atendimento exclusivamente do que diz respeito ao seu escopo.

Cabe ao projeto do sistema de vedações verticais para atendimento aos requisitos de segurança contra incêndio da ABNT NBR 15575:

  • Especificar sistemas de vedações verticais externas e internas que apresentem comprovadamente por meio de dados de ensaios, o Tempo Requerido de Resistência ao Fogo – TRRF determinado pela ABNT NBR 14432 e/ou legislação aplicável, em função da altura e do tipo de ocupação da edificação. A composição completa da vedação como, por exemplo, tipo de bloco de alvenaria, tipo e espessuras de revestimentos, preenchimento de juntas, é necessária para comparar com dados de ensaios realizados que permitam verificar o atendimento do TRRF. Estes dados devem ser fornecidos a partir de ensaios realizados pelos fabricantes dos sistemas de vedação (fabricantes de blocos, painéis, sistemas industrializados) ou resultados de ensaios publicados em fontes que apresentem a origem dos dados.

OBS: a ABNT NBR 15575 só estabelece TRRF mínimo para as paredes de escadas de emergência e poços de elevadores, devendo-se buscar na regulamentação de Corpo de Bombeiros ou outra lei municipal ou estadual os TRRFs exigidos para a fachada, paredes entre unidades e paredes entre unidades e áreas comuns utilizando-se do TRRF mais restritivo entre as diferentes exigências de leis e normas.

  • Especificar os revestimentos de paredes, e qualquer superfície de elementos construtivos, assim como os materiais fonoabsorventes e isolantes térmicos que venham a ser especificados no projeto do sistema de vedações, com as classes de reação ao fogo previstas na ABNT NBR 15575 segundo o ambiente em que serão aplicados (o fabricante deverá apresentar o relatório de ensaio segundo os métodos previstos na ABNT NBR 15575 e deverá ser verificado se a classe do produto é permitida para o ambiente – propagação de chamas e densidade ótica de fumaça).

4.3  Requisitos de desempenho acústico

A ABNT NBR 15575 é uma norma que estabelece requisitos e critérios de desempenho acústico dos sistemas construtivos, diferentemente da ABNT NBR 10152 que estabelece requisitos e critérios de desempenho acústico dos ambientes.

Os requisitos e critérios de desempenho dos sistemas construtivos deverão ser atendidos na escolha e definição dos itens a seguir que dizem respeito ao projeto de vedações:

  • conjunto fachada + esquadrias em dormitórios,
  • paredes internas entre unidades e entre unidades e áreas comuns nas situações previstas na ABNT NBR 15575 Parte 4,
  • conjunto parede de geminação entre unidades e porta de entrada,

Em comum acordo com o contratante, o projetista ou consultor de acústica deve definir os níveis de desempenho a que o empreendimento deverá atender em cada subsistema como é permitido pela ABNT NBR 15575 e deve-se avaliar as repercussões para o projeto de vedações.

Além disso as características que afetam o desempenho do sistema devem estar explicitadas no projeto:

Exemplos:

  • Em vedações verticais isso representa a indicação dos componentes e suas características que afetam o desempenho acústico (massa de blocos cerâmicos ou de concreto, por exemplo; tipo de revestimento e espessura e outras) com os valores obtidos em ensaios previstos pela ABNT NBR 15575 para o Rw (Índice de isolação sonora medido em laboratório) ou para a Diferença Padronizada de Nível Ponderada, medida em campo.

A responsabilidade pela especificação dos sistemas quanto ao desempenho acústico deve ser do especialista/consultor específico[2].

O projeto dos sistemas de vedações verticais internas e externas deve apresentar os detalhes construtivos necessários indicados pelo projeto de acústica para que as ligações entre componentes de vedações verticais e entre estas e os pisos, tetos, forros e esquadrias sejam executados em obra sem que sejam deixadas condições de perda de isolamento acústico.

4.4 Requisitos de desempenho estrutural

  • As fachadas, vedações internas que sejam especificados pelo projeto do sistema de vedações verticais devem atender a requisitos de desempenho estrutural independentemente de terem qualquer função estrutural. Cabe ao projetista dos sistemas de vedações verticais ao especificar estes elementos construtivos basear-se em dados dos fabricantes dos sistemas quanto ao atendimento aos requisitos de desempenho estrutural da ABNT NBR 15575 que envolvem o atendimento às normas específicas de desempenho estrutural, a requisitos específicos de desempenho estrutural dependendo de situação de aplicação (ex: esforços de vento), e requisitos de resistência a impacto de corpo mole, a impacto de corpo duro, cargas suspensas e ação de portas.
  • A ABNT NBR 15575 estabelece também requisito e critério quanto às cargas suspensas no caso de rede de dormir. A vedação que deva dar suporte a redes devem ter a resistência do conjunto parede + dispositivos de fixação de acordo com o critério previsto na Parte 4, o que pode ser aplicado também em dispositivos em redários nas áreas de lazer dos condomínios.
  • Guarda-corpos e parapeitos devem atender aos esforços previstos na ABNT NBR 14718. O projetista de vedações deverá indicar em seus documentos a necessidade de dimensionamento/verificação do atendimento aos critérios se não for de sua responsabilidade este dimensionamento

4.5 Requisitos de segurança no uso e operação

A adoção de medidas de dimensionamento e especificação para todos os elementos construtivos que possam se dessolidarizar das fachadas (revestimentos argamassados , molduras, frisos, marquises metálicas, detalhes arquitetônicos, etc) visando a minimização de riscos de dessolidarização. Devem ser indicadas ainda todas as medidas de controle tecnológico na execução para mitigar estes riscos.

4.6  Requisitos de estanqueidade

  • O projeto de vedações deve desenvolver soluções e detalhes construtivos para atendimento das premissas de projeto do item 10.2.3 da ABNT NBR 15575 Parte 1 quanto à estanqueidade, com o detalhamento de encontros de fachada e pisos, fachada e coberturas, fachada e esquadrias;
  • O projeto de vedações deve indicar a necessidade do projeto de impermeabilização de todas as partes em contato com o solo e/ou de soluções de direcionamento das águas, remetendo para o atendimento da ABNT NBR 9575 – Seleção e projeto de impermeabilização, assim como o projeto de drenagem das ruas internas e caminhos de passagem.
  • O projeto de vedações deve indicar a necessidade de que as vedações de fachada, as esquadrias e/ou fachadas envidraçadas em sistemas do tipo pele de vidro, atendam aos requisitos de estanqueidade da ABNT NBR 15575 Parte 4, considerando as condições de exposição ao vento do local do empreendimento segundo a ABNT NBR 6123, e no caso das esquadrias remetendo à necessidade de comprovação do atendimento à ABNT NBR 10821 por meio de projeto específico e/ou ensaios.
  • Qualquer solução que venha a ser adotada na fachada deve observar a comprovação de atendimento às condições de estanqueidade previstas na ABNT NBR 15575 sempre por meio de ensaios e/ou projeto específico.

3.7  Requisitos de durabilidade

  • Cabe ao projeto de vedações considerar as condições de exposição que afetam os sistemas e componentes construtivos sob sua responsabilidade de especificação, analisando as propriedades e características necessárias para fazer frente a estas condições e definindo especificações que sejam apropriadas a estas condições de exposição. Assim, por exemplo, o revestimento de fachada diante de condições de exposição a agentes poluentes agressivos como a chuva ácida não deve envolver materiais que são atacados por estes agentes como o mármore ou outros materiais de origem calcária. Se o revestimento não for especificado pelo projetista de vedações este deve indicar a necessidade de observar estas condições visando preservar a vida útil da vedação em si.
  • Cabe ao projeto de vedações atender condições específicas relacionadas a durabilidade estabelecidas na ABNT NBR 15575 nas especificações sob sua responsabilidade como é o caso do sistema de revestimento de fachadas quando este for de sua responsabilidade – resistência ao choque térmico.
  • Para que a VUP – Vida útil de projeto mínima, prevista na ABNT NBR 15575 seja atendida no que diz respeito ao projeto de vedações devem ser delimitadas as responsabilidades pelas especificações nos sistemas vedações verticais, ficando claro que a VUP destes sistemas depende ainda de outras especificações que não somente as que são desenvolvidas pelo projeto de vedações. Sob a responsabilidade do projeto de vedações, para assegurar a VUP da edificação como um todo e dos sistemas sob sua responsabilidade de especificação é necessário:
  • Que as normas técnicas de projeto e normas de especificação que incidem sobre o projeto de vedações e afetam a vida útil da edificação e dos sistemas por ele especificados sejam atendidas; os componentes do sistema de vedações devem ser especificados segundo as características previstas nas suas normas de especificação;
  • Que as condições de exposição e uso que afetam a vida útil sejam levadas em conta para especificar materiais, componentes e sistemas para que tenham as propriedades adequadas para fazer frente a estas condições;
  • Que o projeto apresente recomendações específicas de execução/instalação dos sistemas especificados ou remeta para normas técnicas de execução e/ou recomendações dos fabricantes.
  • Que o projeto indique condições de uso e manutenção específicas relativas ao projeto de vedações, que devem ser fornecidas pela construtora no Manual de uso e manutenção (inclusive limitações de uso se for o caso).

4.8  Requisitos de adequação ambiental

Os requisitos de adequação ambiental se referem a condições de recomendações visando o uso de materiais com ciclo de vida de baixo impacto ambiental, ao uso racional da água e eficiência energética.

As soluções e especificações de vedações devem na medida do possível buscar o atendimento destas recomendações

[1] NOTA: Muitas vezes o projeto de vedações não é contratado na fase de estudo preliminar. Neste caso caberá ao projeto de Arquitetura verificar o atendimento aos critérios de transmitância térmica e capacidade térmica, pois desta verificação depende a especificação da fachada (tipo de alvenaria, espessuras de revestimentos, cores).

[2] NOTA:  O incorporador/construtor deve estar ciente de que a inexistência de um projeto ou consultoria de acústica implica em buscar conhecimento de soluções de características dos sistemas de vedações verticais, coberturas e pisos que atendam aos critérios da norma.

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NORMAS TÉCNICAS

Os projetos devem ser desenvolvidos de acordo com as Normas Técnicas vigentes. No entanto, é preciso destacar a ABNT NBR 15575, que apresenta uma série de responsabilidades, aos projetistas, incorporadores e construtores.

No site da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) está disponibilizada a relação das normas técnicas aplicáveis a edificações, separadas por tema e fase de desenvolvimento do empreendimento, desde a decisão de empreender.

www.cbic.org.br/normasdaconstrucao

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