Com várias informações relevantes para a realização de obras seguras, o Comitê Permanente Regional do Estado de São Paulo (CPR-SP), da Norma Regulamentadora (NR) 18 – Segurança e Saúde do Trabalho na Indústria da Construção, realizou sua 5ª reunião virtual deste ano em 13 de julho.
Haruo Ishikawa, presidente do Seconci-SP (Serviço Social da Construção) e vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, alertou para a importância das medidas de proteção diante das novas variantes. “Se não adotarmos os protocolos, a catástrofe continuará sendo muito maior”, destacou. “A pandemia não acabou, em algum momento vai se transformar em endemia. Daí a importância de todos se vacinarem”, enfatizou.
Uma análise de acidente de trabalho em soterramento foi feita por Marcelo Tacitano, auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho (STRb/SP) no Estado de São Paulo. Em sua apresentação, mostrou os sistemas de proteção e cuidados a serem tomados na escavação de vales e taludes, além de diversos acidentes que poderiam ser evitados com investimentos prévios e compromisso de todos com a segurança do trabalho. Apontou as melhorias introduzidas na nova NR 18 para esta atividade. Mencionou a importância do item da preparação para emergências mencionado na Norma Regulamentadora 1. Sugeriu a adoção de caminhões com equipamentos que sugam a terra de um soterramento, permitindo a sobrevivência do acidentado.
Abilio Weber, diretor da Escola Senai-SP “Orlando Laviero Ferraiuolo”, mostrou em sua apresentação as boas práticas da instituição para a construção em educação, tecnologia e inovação, proporcionando competitividade ao setor. Destacou ações de parceria como PSS – Programa SindusCon-SP de Segurança, que fomenta a adoção das normas regulamentadoras nos canteiros de obras; a Megasipat – MegaSemana Interna de Prevenção de Acidentes, destinada multiplicar os conhecimentos dos trabalhadores em saúde e segurança do trabalho. Mostrou também os demais serviços do Senai-SP para a construção civil, incluindo projetos de industrialização, saúde e segurança do trabalho, acessibilidade e BIM (Modelagem da Informação da Construção).
Manoela Gomes Reis Lopes, professora da Universidade Federal do Piauí, abordou em sua apresentação a teoria da atividade histórico-cultural para a prevenção de acidentes no setor, sua tese de mestrado. Chamou a atenção para a ausência de aprendizagem e de participação dos trabalhadores na análise das causas de acidentes de trabalho. Mostrou um método denominado Ciclo de Aprendizagem Expansiva, para realizar esta análise e operar um Laboratório de Mudanças. E apresentou sua aplicação prática na análise de causas de dois acidentes graves ocorridos na construção de um aeroporto, com entrevistas junto a 132 trabalhadores. No caso, destacaram-se a falta de visão da importância estratégica da segurança do trabalho, as pressões pelo cumprimento dos prazos e jornadas de trabalho excessivamente longas.
O evento foi coordenado por José Bassili, gerente de Segurança Ocupacional do Seconci-SP (Serviço Social da Construção); Roque de Camargo Junior, auditor fiscal da SRTb/SP (Superintendência Regional do Trabalho do Ministério da Economia em São Paulo), e Marcos Antonio de Almeida Ribeiro, vice-presidente do Sintesp (Sindicato dos Técnicos de Segurança do Estado de São Paulo).