iCON, o Hub de Inovação da Construção

Em evento que contou com a participação de associados do SindusCon-SP e de representantes de diversas startups e empresas que as contratam, o iCON, o Hub de Inovação da Construção, foi lançado oficialmente em evento no dia 11 de dezembro, na sede do SindusCon-SP.

O iCON foi criado para fomentar inovação e empreendedorismo na construção civil brasileira, unindo empresas, organizações, empreendedores e centros de conhecimento e tecnologia. Idealizado pelo SindusCon-SP em parceria com a Neo Ventures, o Hub funcionará a partir de janeiro em um espaço exclusivo para suas atividades, na sede da entidade.

Abrindo o evento, o presidente do SindusCon-SP, Odair Senra, destacou que a indústria da construção dispõe de um grande potencial para a inovação e o iCON será o elo de ligação entre as startups e as construtoras. “Muitas empresas do nosso setor gostariam de conhecer o universo das startups e entender como devem se relacionar com elas. E as startups têm muito a contribuir com as construtoras, mas não sabem como conhecê-las e se relacionar com as mesmas”, disse.

Senra manifestou a convicção de que as atividades do iCON vão proporcionar excelentes resultados para todos e que a divulgação dos mesmos irá impulsionar um novo ciclo de inovação na construção. Também agradeceu especialmente ao vice-presidente do SindusCon-SP Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, pelo empenho em levar adiante esta iniciativa.

Vasconcellos, por sua vez, afirmou que mais uma vez a entidade cumpre sua função de promover a troca de experiências a fim de obter melhorias para o setor. Ele comentou que o Hub terá um modelo de funcionamento baseado em experiências reais e promoverá a inovação necessária na construção civil.

O engenheiro Conrado Rabelo, Head do iCON, destacou que o Hub visa dar resultados para as empresas, constituindo-se em um núcleo democrático que ofereça acesso a ferramentas e tecnologia, estimulando o empreendedorismo.

Bruno Pádua, diretor executivo da Neo Ventures, que operacionalizará o Hub, destacou a importância da inovação aberta, em que a empresa compartilha seus problemas com outras empresas e startups, em um ambiente colaborativo que proporciona soluções inovadoras com agilidade. Segundo ele, algumas empresas já fomentam inovação fora de seu próprio negócio, caso da GM que pesquisa Inteligência Artificial, ou da Coca-Cola que investiu no Spotify.

Mineração e construção

As empresas do setor de mineração formaram um Mining Hub em Minas Gerais, por se depararem com problemas comuns a todas, aliás bastante semelhantes aos da construção civil: serem percebidas equivocadamente como tecnologicamente atrasadas, geradoras de resíduos, agressoras do meio ambiente etc. Gustavo Roque, um dos idealizadores e fundadores do Mining Hub, mostrou como as 23 empresas participantes estão tirando proveito da iniciativa, inovando tecnologicamente, mudando a imagem do setor e adotando uma cultura colaborativa.

Ele chamou a atenção para a necessidade de o Hub ter uma governança mínima e uma diversidade de participantes, além de empresas e fornecedores. Também preconizou que haja serendipidade, inovações que surgem de acasos e encontros não agendados, dentro de um ambiente criativo e informal.

Aplicações na construção
André Medina, gerente de Inovação da Vetor AG (Andrade Gutierrez), apresentou o modelo de trabalho da empresa com as startups. Oito delas foram aceleradas em 2018 e 9 no presente ano, inovando em soluções como: drones que medem em tempo real o avanço das obras, no local e à distância; otimização do traço de concreto por magnetização da água, reduzindo em 4% a quantidade de cimento e melhorando sua qualidade; projetos atualizados em tempo real, visualizados por tablet, economizando impressões em papel; lançamento por drone de cabos em redes de alta tensão em áreas rurais, evitando desmatamento e reduzindo custos; medição ágil e barata da umidade do solo; caracterização de solos; antecipação de falhas em equipamentos; Internet das Coisas; apontamentos sobre número de pessoas em atividade; contratação de pessoas; soldagem, e digitalização de fluxos.

Temendo que os encarregados de obras resistissem a ter tablets para trabalhar, a empresa se surpreendeu com a boa acolhida demonstrada por eles à inovação. O modelo de contratação das startups é o equity free, onde, na fase de piloto, o fornecedor não recebe uma remuneração por sua mão de obra, e sim ajuda financeira para compra de equipamentos e softwares, e para deslocamentos.

Business Partner do Açolab, o laboratório de inovação da ArcelorMittal, Rodrigo Montezuma mostrou como a empresa procedeu para se abrir à inovação. Segundo ele, atualmente há 14 Produtos Minimamente Viáveis (MVPs, na sigla em inglês) em desenvolvimento, com o potencial de proporcionar ganhos de cerca de R$ 20 milhões. No filtro de inovação, há 45 iniciativas de projetos em diversas áreas além da produção de aço, como logística, financeiro, energia e comercial.

Montezuma também mostrou que a empresa tem um programa de inovação interno, onde os colaboradores já ofereceram mais de 1.100 ideias com um potencial de geração de ganhos de mais de R$ 2 milhões e 148 projetos com potencial de mais R$ 8 milhões. “É importante que toda a empresa respire inovação”, assinalou.

Saiba mais sobre o espaço no site https://www.iconhub.com.br/

Fonte: SindusCon-SP